sexta-feira, 19 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Semana de redesigns 5: Thor


Esse foi mais difícil que imaginei.

O design básico estava bem claro na minha cabeça, mas os detalhes tiveram que ser todos bem desenvolvidos e estudados antes da solução final.

Antes de tudo, quero destacar que gosto bastante do redesign que ele sofre na fase desenhada pelo Olivier Coipel e que mais do que o original eu parti desse Thor para fazer o meu. Mas tenho muitas ressalvas a vários elementos. A malha é interessante, ainda mais se considerar que é um guerreiro "medievalesco", mas a partir do momento que é uma malha de metal que ressalta os músculos eu dispenso. E se não destacasse ia ficar esquisito também. Como ele é um deus, no fim, podia vestir o que bem entende-se, que sempre seria só visual. Mas a ideia era boa. Também me incomodava as mangas de blusa que arrematavam. A paleta toda preta e cinza deixava ele sem sal.

A redução de paleta foi muito bem vinda na minha opinião, o pupurri de azul, vermelho e amarelo que ele tinha me incomodava, e o desafio era justamente reduzir essa bagunça. Mas deixar tudo preto também me incomoda. Todo mundo usa preto hoje. Chato. Mas nesse caso não consegui escapar dele.

Tentei a todo custo não fazer ele vestir preto, mas como já tinha me decidido pelos detalhes em amarelo, eu precisava segurar um pouco na cor. Ele já ia usar a capa vermelha, não dava para mudar isso então só restava a cor do "miolo" da figura.

Comecei pensando em azul, mas era primária demais em uma personagem só. Eu queria os amarelos destacados (tinha até pensado que eles podia reagir com efeitos luminosos dos relâmpagos, mas isso ia exigir mais testes do que um dia permitiu), então tinha que assentar o restante da figura. Terminei usando um cinza bem escuro nos elementos que tinham amarelo muito presente e um azul desbotado e escuro no tronco e pernas.


Olhando a figura sem cor, dá para dissecar melhor as escolhas de elementos de vestuário e detalhes.

A primeira certeza foi mudar a capa. Sempre achei ela melodramática demais com aqueles amassados que subia até quase a altura da cabeça do Thor. Eu sei que ajuda a definir e dar identidade a silhueta  mas não gosto. A simetria do padrão de circulos (discos, o que for) na roupa dele era outro ponto. Eu queria quebrar um pouco com ela. Era um elemento que eu queria ressalvar (os círculos), mas sem deixar tudo tão alinhado  Então juntei os dois que prendiam a capa em um canto só, mais próximo de como as capas era presas "nordicamente" e e dei um aspecto mais pesado para as mesmas. Poderia ser apenas um, mas dois ficou mais bacana. Eu fiz até com três ou quatro, mas o número mágico no caso foi dois. Repeti no cinturão e apliquei como padrão nas botas. Elas aparecem ainda, mas apenas sugeridas nas braçadeiras na linha que marca a delimitação com os cotovelos e se repete mais uma vez no martelo.

O martelo era um ponto de destaque. E eu também não gostava muito do martelo de pedra original. Parece um paralelepípedo que ficou preso em uma barra de placa de sinalização. Deixei ele mais arrendondado e dei um detalhes na ponta para ficar menos malho de demolição. Por sinal, ele ficou mais malho e menos martelo, pensei nele sendo usado com duas mãos, por isso o cabo tão longo. A princípio seria de metal pouco tratado como se tivesse sido esculpido e não forjado, mas ainda assim de metal.

Os detalhes de roupa foi algo que me senti quase obrigado a fazer. Não sou um grande fã de designs cheios de elementos e texturas, mas considerando que ele é o príncipe de todo um panteão de deuses (Como não quis mexer na história dele tinha que ficar com a cara que a Marvel apresenta, meio príncipe/paladino), tinha que haver realeza nele, e umas roupas mais elaboradas parecia importante para comunicar isso.

Dei uma estudada em vários padrões nórdicos, mas achei eles excessivamente complexos para uma personagem de quadrinho. Se fosse um filme ou 3d onde haveria uma roupa de fato ou uma textura aplicada até merecia que os padrões fossem intrincados, mas na roupa de uma personagem que tem que ser desenhada  a mão quadro a quadro me pareceu absolutamente exagerado e mais ruido que riqueza, então simplifiquei para uma linha só e dei uma falseada que emulasse vagamente energia elétrica. O cinto ganhou um padrão simples assim como o martelo.

Na barra do saiote (saiote? não sei qual o nome desses panos...) era meio elaborado, mas como deu para ver fica um pouco ilegível  provando meu ponto inicial para não complicar demais. Alonguei eles só para ficar mais "realeza". Pouco prático, mas dá bastante movimento a figura. Calça. Como sempre não vejo razão no colante a não ser que a personagem peça por ele.

Os braços voltaram a ficar nus. Isso é importante, novamente, porque é uma personagem que esbanja potência. Muque é importante. Ele bate nas pessoas com um martelão. Juro que mesmo tendo desnudado todos os braços de personagem masculinas que redesenhei até aqui não é vicio.

O rosto foi onde se deu o maior dilema. Pensei primeiro sem baraba, mas ele ficava muito jovem, faltava maturidade e um ar descuidado que eu queria a ele, ele é um príncipe de um povo bárbaro, barba feita não tem muito a ver. Aparada e olhe lá. O cabelo segui a mesma premissa. O cabelo lambido sempre me incomodou. Ficava meio "playboy surfistinha", então dei mais volume deixando meio crespo. O capacete também rendeu boas dúvidas, mas terminei por deixar ele porque com essa roupa ele ficava não-reconhecível sem ele. Mas reduzi as asinhas. De resto o design do elmo é o da fase Coipel.

Findada a semana, acho que foi um experimento válido. Alguns redesigns saíram melhores que outros, mas o saldo foi bastante positivo. Semana que vem espero voltar as páginas. Até breve.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Semana de Redesigns 4: Mulher-Gato


Nesse eu me acovardei.

Passei um tempão polindo essa imagem para concluir que foi um redesign pouco criativo. Meus estudos iniciais era muito mais interessantes e tinham um elemento fetichista bem mais forte. As botas e espartilho tinhas laços aparentes, mas como eu adoro desenhar cordas e laços cortei, achando que era um vício meu. Até é, mas sem eles ela ficou meio genérica e as botas que eram bem diferentes ficaram iguais. Não ficou ruim, mas foi pouco criativo considerando as minhas primeiras idéias.

No fim a maior mudanças seria o corpo dela. Imaginei a Mulher-Gato como uma mulher pequena e de poucas curvas, "mignon". Pensei na Mila Kunis quando comecei a desenhar. Vocês sabiam que ela tem 1,63? E nasceu na Ucrânia? eu não sabia. Não que importe muito. E não, eu não tentei fazer ela ficar parecida com a Mila Kunis, foi só um ponto de partida.

Uma pena. Com medo de fazer errado terminei fazendo chato.

Infelizmente não tenho ela só na tinta, pois essa imagem foi tão manipulada digitalmente que não ia servir para muita coisa mostrar a original.

Amanhã, Thor.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Semana de redesigns 3 : Poderosa



Confesso que não conheço a personagem muito bem. A vontade de fazer um redesing dela é puramente estética, um desafio de tentar deixar uma personagem que é basicamente "fan service" ambulante um pouco mais palatável. Basicamente uma Super Girl de outra terra (a DC e suas muitas dimensões, não que a Marvel também não faça isso) com um decote no colante e peitos enormes. Ou ao menos é isso que eu vejo.
NOTA: Estou falando da Poderosa pré-Flash Point e não a nova que não tem muito a ver com esse visual e ficou, pelo menos no visual, bem chata.

A representação mais interessante dela é na minha opinião do Adam Huges, bem muscular, ressoando bem com o nome (tanto em inglês quanto em português) além de ajudar a diferencia-la da Super Moça. Também não sei exatamente em que momento tiraram as luvas azuis dela, mas achei ótimo, e aproveitei o ensejo e tirei todo o azul. Geralmente gosto de supers com paletas mais restritas. Como sempre a vi como uma massa vermelha e branca, não acredito que as luvas e botas azuis vão fazer falta.

Aumentei a presença de vermelho e usei alguns detalhes em amarelo para mante-la com poucas cores (afinal  o amarelo já está lá, na cor do cabelo). As botinhas foi mais complicado. Sempre achei essas botas longas de stripper uma baita apelação, e praticamente toda mulher com super poderes usa. Deve estar em algum tipo de contrato para fazer parte da comunidade heroica. Então tirei as botas e dei a ela umas botinhas amassadas. Dá um pouco de leveza e sai do lugar comum, mesmo sendo ainda um "calçado de menininha". Mais sem salto, que ai é pedir demais de mim. A capa eu deixei mais genérica, não achei que a tradicional iria encaixar nessa representação.

Mudei o cabelo para dar um ar mais modernoso e com "atitude" (péssimo isso, mas não tem melhor explicação). O tipo físico mudou. Os primeiros estudos eu fiz ela era praticamente fisiculturista, mas ficava meio esquisito, então deixei ela mais feminina, mas com os braços bem fortes e definidos. Usei como base a Mulher Hulk do Juan Bobillo, mas para manter o padrão atleta que queria deixei seu corpo mais seco e menos gostosona genérica de quadrinhos de super-heroi. Peituda não dava para deixar de ser, é meio assinatura da personagem. Então no fim ela virou uma gostosa atlética. Gostaria que isso tivesse ficado ainda mais marcando, com um corpo com poucas curvas e bem seco, mas preciso melhorar a minha representação de diferentes biotipos femininos antes disso. As experiências que fiz ficaram inconsistentes demais. Então ai vai ela, menos gostosa, mas com mais curvas do que gostaria.

No mais, nada mais. Vai ai a arte em cor e pb.

Amanhã, Mulher-Gato.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Semana de redesigns 2: Demolidor


Direto ao ponto. Em parte porque não tenho nenhum esboço mais elegante para fazer uma prévia. Esse redesign nasceu e cresceu bem rápido, e seja dita a verdade, não é muito radical. Mas algumas idéias envolvendo o personagem são.

O Demolidor tem duas encarnações bem distintas. A primeira usava um uniforme amarelo e preto bem chamativo e era um super bem básico com a diferença de ser cego. Ai veio Frank Miller.

Eu confesso que não gosto dele. Mesmo com todas as coisas que ele fez salvo basicamente Cavaleiro das Trevas e Sin City com ressalvas.  A fase do Demolidor, e mais, a remodelagem da personagem também é boa e marcante, mas me cansa ver que tudo que o Sr.Frank toca fica escuro e sério. As personagens monologam filosofia de boteco e são noir. No fim ele conta sempre a mesma história. Mas não posso negar que o Demolidor não seria quem é se não fosse pela passagem dele pela revista. Então me senti na obrigação de dar vazão a esse Demolidor sombrio e metido a Batman dos pobres que temos hoje. Inicialmente ia fazer um demolidor baseado apenas no original.

Sendo assim fiz dois design dele, um para cada fase. E dei a minha versão, a grosso modo do seu desenvolvimento.

O primeiro retrata Murdock ainda jovem, talvez ainda como estudante de Direito. Ele é idealista e a leveza impera. Mesmo já centrado na Cozinha do Inferno ele acredita que pode melhorar o bairro e tirar o melhor de todos. Ele é "garoto". Esse arco narraria o desenvolvimento dele como vigilante e como, lentamente, a dureza das ruas iria penetrando nele. Ela aconteceria nos anos 70 e a Cozinho do Inferno teria uma cara meio de Detroit . Suja, maltrapilha. A referência visual é Taxi Driver. As ruas são podres, mas ainda não tão podres.

Ele lutaria primariamente savate para linkar com o boxe do pai mas adicionando velocidade e agilidade. Junta uma tônica mais parkour na sua movimentação. Eu estaria jogando fora toda a baboseira ninja. Por mais marcante que tenha sido acho ela fora de lugar. Ele é um personagem urbano. E cá entre nós, já temos ninjas demais. Os poderes continuam os mesmos. Ele só fica menos exagerado. Por mim ele mal deveria confrontar outros fantasiados.

Na roupa eu mantive o amarelo mas tirei o preto e já lancei o vermelho para fazer a transição melhor. Ele usa o "D" duplo que acho mais charmoso que o "D" singular, isso vai fazer mais sentido em comparação com o segundo uniforme. Um calção com cara de calção de boxe e uma camiseta e calça justa meio spandex. Tênis de cano alto. Ele é um super de baixo orçamento. E eu quase nunca consigo botar a galera de colante mesmo. Faixas de luta nas mãos. Ele é um lutador e bem que o pai dele podia lutar boxe ilegal sem luvas para ficar menos limpinho. O negocio é dar soco na galera. Luva de pelica não corresponde. A mascara não tem olhos e vai por cima da camisa. Acho bacana. Não tem muita explicação além dele ser cego e me agradar esteticamente.

Fase dois. Murdock atual. Mais pesado e taciturno, já confrontando o Rei do Crime. Anos 80. Filmes de mafioso e ação como referência no visualidade. Por mais que ele ainda se foque na Cozinha do Inferno agora ele trabalha por toda a cidade. Ele quer derrubar o crime organizado no seu bairro mas para isso tem que expandir seus horizontes. É uma cruzada de um homem só, de dia como advogado, a noite como vigilante.

Seu estilo de luta mudou ligeiramente. Agora ele usa os bastões "bengala", só que como cassetetes de metal. Agora ele é mais brutal, em vez do Savate o foco é Krav Maga. Mais rola de tudo um pouco. As lutas são mais grosseiras, como os filmes de lutar que tem rolado na Asia de um tempo pra cá (Ong Back e The Raid Redemption como exemplos que ví)

Esse uniforme tem pouca invenção. O calção fiz pensando em MMA. Os braços nús e as faixas mais toscas são, como no caso do Wolverine Ninja que fiz, para deixar mais áspero e mais ainda reforçar que ele é um lutador, um "brawler" na falta de uma palavra em português, não dá para ser isso de manga comprida. Sai o tênis entra o coturno. Nas pernas, "porta-bastões". A mascara segue sem olhos e agora é emendada na camisa. O "D" singular por ser mais seco e menos estiloso. Quase fiz sem "D" nenhum, mas terminei optando por deixar.

Para fechar a arte só na tinta. Serve também para ver ele sem o "D" que apliquei em vetor depois.


Amanhã, Poderosa!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Semana de redesigns 1: Batman

Passei as últimas duas semanas praticando alguns elementos de construção de figura, e mesmo sendo comum em muitos blogs o pessoal ir postando esses exercícios eu não fiquei confortável com eles. Vai saber porque.

Assim, como ainda estou tomado por eles, essa semana vou postar, todo por dia, um redesign de um Super. Eu simplesmente não consigo desenhar eles obedecendo o design que eles tem normalmente. Então essa semana vou fazer umas artes acabadas de alguns redesings que andei trabalhando sem muito compromisso nas últimas semanas.

E vou começar por um dos mais complicados, pelo icone que se trata. batman.


Ele nasceu desse desenho que fiz já tem um tempo, apenas para praticas controle de pincel (que ainda está deixando a desejar).

Eu deixei ele com um aspecto mais paramilitar (por mais que esteja na moda, acho que para personagens como ele, combina). Somado a isso, fui lá no Batman original, com orelhas meio largas. Depois removi o colante pois no caso dele o realismo ajuda mais que atrapalha, então ele veste roupa. Calças, camisa de manga comprida e botas (um amigo meu chamou de "Batman mendigo"). Tudo preto e de tecido pesado. Nada de cobrir ele de armadura como nos filmes. Ele usa armadura leve como nos jogos (arkham Asylum e Arkham City), mas mais referendada nas militares atuais e menos armadura medieval de placas, apenas braçadeiras e caneleiras para amortecer os golpes e quedas. O cinto de utilidade é grande e amarelo. Ele já veste preto da cabeça aos pés, um pouco de cor é bom para dar vibração. A tentação de tirar a capa existiu, mas não dá. Mesmo que tenha dado certo no Batman do Futuro (Batman Beyond) a capa é essencial para essa personagem. A coisa meio vampiro/"criatura das trevas" que ele tem exige uma capa. Então a capa fica.

Nada muito além. Mudei a marca, mas não estou certo se é o ideal. Como estou correndo um pouco com esses redesigns, que são mais exercícios de tempo também (um dia por redesign), é possível que eu mude de ideia em algumas semanas. Quem sabe.

A seguir a arte final dele em pb e colorizada. Mas acho que se eu fosse desenhar uma página dele ia usar um visual mais chapado como o da primeira arte, essa ai é mais clara, então optei por ela. E mesmo assim bobei, pois essa pose não mostra as braçadeiras, que seriam muito parecidas com as caneleiras. Fico devendo uma pose ou cena mais bacana. Já tenho algumas idéias.



É isso.

Amanhã. depois do Batman mendigo, vem ai o Demolidor mendigo!